segunda-feira, 26 de maio de 2008



Minha mãe

Minha sogra

Só se tem saudade do que é bom e minha mãe era maravilhosa. Dizia o poeta: “as mães não deveriam morrer, deveriam ser eternas”. (Carlos Drummond de Andrade).

Mãe nunca morre, pois seu amor é eterno.

Eu definiria mãe com essas duas palavras: amor e vida! A minha mãe marcou-me por dentro, presente de Deus, amiga do coração. O único sentimento meio desagradável que sinto em relação a minha mãe, é a saudade, mas vale pelo que ela significa: Saudade é próprio de quem ama! Também porque a saudade incomoda e por ela está muito longe, não a tenho junto a mim quando quero, só quando olho para o céu e a vejo transformada em uma estrelinha brilhando, neste momento os meus olhos ficam marejados...

Ela me educou e muitas vezes o seu colo foi para mim um refugio, sua presença me acalmava, me inspirava segurança e fortaleza. Contando comigo teve mais seis filhos, somos sete, mas o meu pai ela também cuidou como mãe, então ela foi mãe de oito. Mulher inteligente, cheia de sabedoria divina, costureira de mão cheia. Lembro-me quando na cozinha de casa ela fazia o nosso almoço, aquele famoso franco de domingo, uma delicia!!!

Araci é o seu nome, que por muitas vezes chamei, hoje já mulher adulta muitas vezes quis tê-la por perto para sentir aquela segurança de criança, pois mãe nunca deixa de ser mãe e graças a Deus filho nunca deixa de ser filho.

Minha mãe agradeço a você tudo o que sou. Eu te amo! Pois certamente você está me dizendo: Deus te abençoe minha filha!


Minha sogra

Marjorie é o nome da mãe do meu namorado Stuart, e minha sogra. Nasceu na Inglaterra e quando partiu, nem imaginava que eu já era namorada do seu filho. Lamento por não termos tido a oportunidade de nos conhecer, mas sinto que nós seríamos mãe e filha...
E ao fazer esta homenagem póstuma, quero lhe agradecer pelo maravilhoso filho que colocou no mundo, inteligente, amável e gentil... Sei que ele é assim, porque você D. Mage, o fez desta forma. Generoso por causa da sua generosidade... Compreensível, porque você deu a ele a compreensão... Ele é cheio de entusiasmo e carinhoso, porque você o criou com amor. Eu, realmente não tenho palavras para expressar o quanto lhe estimo e lhe aprecio, apesar de nunca tê-la conhecido, apenas por fotos e de ouvir seu filho falar de você. Agradeço por ser a Mãe do meu namorado, e proveito para lhe dedicar esta página, expressando aqui o meu carinho e a minha consideração... Sei que você está lá em cima orando por nossa felicidade...Sei também que você é aquela estrelinha que brilha lá no céu, sorrindo para nós.


quinta-feira, 22 de maio de 2008

Eles já não mais estão aqui...




Vô e vó, que não tive a sorte de conhecê-los, pais de minha mãe.

Tia Nini e tio Edson. Vocês dois foram pai e mãe para nós, quando mais precisamos da proteção e carinho de vocês. Não precisamos de um arco-íris para encontrá-los, mas confesso que vocês trouxeram mais cores pra nossas vidas!
Por isso nosso sentimento será eterno!
Muito obrigado por tudo.

Você Reinaldo, cunhado que não mais está aqui... Mas,que soube curtir a vida de forma alegre, otimista, e com grande capacidade de aceitação e de humildade.

Um abraço bem apertado em todos vocês, sentido de muitas saudades...
Vocês que nos deram tanto carinho, que delas nunca esqueci...
A vocês o MEU ABRAÇO!

Família: Amor Repartido 3


Hermes marido de Lívia e a filha Alicinha

Mara esposa de Leandro

A família é um núcleo de convivência unido por laços afetivos, onde este núcleo vai aumentando por outras pessoas que vão se agregando à esta familia, nossa maior fonte de felicidade: genros e noras.

Nenhum amor é tão profundo, nenhuma alegria tão plena quanto aquela que pode existir dentro deste círculo familiar.

Família: Amor Repartido 2






Os filhos cada um cresceu, até que um dia eles partiram para construir sua própria "família".
E assim a família Santos Barroso cresceu e deu novos frutos: os sobrinhos.

Ver fotos de baixo para cima:

Socorro, minha 1ª irmã e Rosário, a 2ª - adotaram uma criança, Sheila, com 8 anos

Raquel, minha 3ª irmã, casou com José Carlos e desta união, nasceram:

  • Livia, formada em Economia, casou com Hermes, e dessa união nasceu Alice com 2 aninhos
  • Leandro, formado em Administração de Empresa, é militar da Aeronaltica, casou com Mara, não têm ainda filhos
  • Natália, estudando pré-vestibular
  • Pedrinho, filho adotado
Eu, Graça, a 4ª filha, não tive filhos

Raimunda, a 5ª filha, casou com Reinaldo (falecido) e desta união nasceram:
  • Laís, estudante de Nutrição
  • Lívia, estudante de 2º grau
Rosa, a 6ª filha, casou com Edmundo (separados) e desta união nasceram:
  • Andréa, formada em Terapia Ocupacional, trabalhando
  • Marcelo, formado em Biologia, trabalhando
  • Ricardo, estudante de Fisioterapia
Raimundo, o 7º filho, casou-se com Leolanda (divorciados), e desta união nasceu:
  • Frederico Alexandre, estudante de Marketing e Comunicação


Família: Amor Repartido



Meus pais com sua 1ª filha Socorro

Minha família começou a existir a partir do momento em que meu pai Raimundo Clímaco Barroso, decidiu casar com minha mãe, Araci dos Santos Barroso e criar um núcleo de convivência, unido por laços afetivos: uma família, que foi trabalhada e cultivada com muito amor. Desta união nasceram sete filhos. Foi nesse compromisso de dedicação, cumplicidade, respeito e partilha que todos nós desenvolvemos nossas personalidades, nos espelhando nas atitudes corretas dos nossos pais. Nascemos e crescemos na energia deste lar, com os mesmos interesses de forma cooperativa, amiga, construtiva...

É nesta família que Deus me deu, que encontro meus verdadeiros amigos, ela é a base de tudo para mim.


terça-feira, 20 de maio de 2008

Perder com classe e vencer com ousadia.





No livro da nossa vida existem acontecimentos que gostaríamos de passar a página, para nunca mais reviver tais momentos. No entanto, são fatos que deixaram cicatrizes, e que por isto mesmo não podem ser esquecidas. As cicatrizes emocionais não surgem à toa, são marcas que têm a função de proteger contra novos erros, novos equívocos, levando-nos a pensar, refletir, sentir, e principalmente de lembrar que estamos vivos.

Com as cicatrizes aprendemos que não importa em quantos pedaços nosso coração está partido, o mundo não pára para que nós o consertemos. Aprendemos que o tempo é precioso e não volta atrás, por isso, não vale a pena resgatar o passado. O que vale a pena é construir o futuro descruzando os braços e vencendo o medo de partir em busca de um novo AMOR.

Meu relacionamento com José foi de encontros e desencontros. Sentimentos que se misturavam entre cuidado, compaixão, apego, esperança, ciúmes, brigas, dores... Depois que tudo passou, e que pude me amar de verdade, vi claramente que tudo aconteceu no lugar certo, na hora certa, com a pessoa certa, contribuindo unicamente para o meu crescimento.

Deixo aqui, o pensamento de Charles Chaplin sobre a "vida", que acho lindo e de uma profundidade infinita.

VIDA

Já perdoei erros quase imperdoáveis,
tentei substituir pessoas insubstituíveis
e esquecer pessoas inesquecíveis.

Já fiz coisas por impulso,
já me decepcionei com pessoas quando nunca pensei me decepcionar,

mas também decepcionei alguém.

Já abracei pra proteger,
já dei risada quando não podia,
fiz amigos eternos,
amei e fui amada,
mas também já fui rejeitada,
fui amada e não amei.

Já gritei e pulei de tanta felicidade,
já vivi de amor e fiz juras eternas,
“quebrei a cara muitas vezes”!

Já chorei ouvindo música e vendo fotos,
já liguei só para escutar uma voz,
me apaixonei por um sorriso,
já pensei que fosse morrer de tanta saudade
e tive medo de perder alguém especial (e acabei perdendo).

Mas vivi, e ainda vivo!
Não passo pela vida…
E você também não deveria passar!

Viva!
Bom mesmo é ir à luta com determinação,
abraçar a vida com paixão,
perder com classe
e vencer com ousadia,
porque o mundo pertence a quem se atreve
e a vida é “muito” pra ser insignificante.


Bom mesmo é ir à luta com determinação.



Eu no início da minha profissão

Eu preste a me aposentar

Coragem. Esta é a palavra que melhor define tudo o que enfrentei durante o meu tempo na faculdade e no trabalho. Era para mim um desafio sair de casa para trabalhar das 7:30h às 18:00hs, enfrentar trânsito, chegar na Faculdade às 18:30hs e retornar para casa às 23:00horas, morrendo de fome. Mas, eu me convencia de que apesar dos impasses e dos momentos difíceis, mais tarde eu teria a recompensa. E tive! Não sei quantas vezes pensei em desistir, quantos problemas consegui superar, quantas vezes falhei e errei na minha aprendizagem.... Quantas vezes enfrentei chuva, sol, ônibus cheio, fome, cansaço... Perdi a conta dos dias em que estudava até altas horas da noite, para fazer prova na faculdade. Parecia que morria centenas de vezes, até chegar ao objetivo final: ter meu Diploma e conseguir um emprego na minha profissão.

Sorte. Esta é a palavra que melhor define minha vida profissional. Em um mundo competitivo como o mercado de trabalho, conseguir um emprego antes mesmo de se formar, só pode ter muita sorte!!!!

Estava eu trabalhando na Livraria, quando uma colega da faculdade, Aninha, foi me visitar para dizer que no Instituto Euvaldo Lodi–IEL, havia uma vaga para estágio. Eu não me mostrei muito animada, porque só faltava 3 meses para que a gente se formasse, e na realidade não estava mais a fim de fazer estágio, uma vez que o estágio supervisionado obrigatório da faculdade eu já havia feito. Ela insistiu muito e eu resolvi ir, mais para fazer companhia a ela. Chegando lá fizemos as inscrições e um teste para a vaga do estágio que era remunerado. Uma semana depois, o IEL me telefonou dizendo que eu havia sido escolhida para a vaga. Tomei um susto! Como, e minha colega Ana? Perguntei apreensiva. –Ela não foi aprovada. Respondeu a telefonista.

Desliguei o telefone com uma dor no estomago, em vez de ficar alegre, fiquei triste. Como dar a notícia para minha colega e amiga? Depois do impacto resolvi ligar para Aninha. Meia sem jeito fui contando o ocorrido e dizendo que eu iria desistir da vaga. Para minha surpresa ela deu uma risada, e falou: -se você desistir da vaga eu nunca mais falo com você, corto nossa amizade. Você merece a vaga!

E foi assim que após 3 meses como estagiaria, fui contratada para o meu primeiro emprego na função de Supervisora Pedagógica. Empresa maravilhosa de se trabalhar. Tive a sorte de encontrar profissionais super competentes e amigas, como a Coordenadora do IEL, Inês Brito, e a minha chefe imediata, Graça Leite. Com elas adquiri muito conhecimento para a minha caminhada profissional. Permaneci por 4 anos no IEL. Saí de lá para outro emprego que me oferecia uma remuneração maior e um cargo de Coordenadora Pedagógica.

Minha vida profissional estava em ascensão! Tudo acontecia como eu havia sonhado um dia. Ingressei, como Coordenadora Pedagógica, no Centro de Capacitação e Aperfeiçoamento Profissional - CECAP, Órgão ligado a Fundação Brasileira de Educação – FUBRAE, Unidade de Ensino Fundamental para Jovens e Adultos, com matriz em Niterói/RJ. Nesta função trabalhei incansavelmente, tive oportunidade de viajar para várias cidades do interior da Bahia e estados do Brasil e conviver com um universo muito grande de diretores, supervisores e instrutores. Desta forma, meus conhecimentos cresciam, a cada dia. Permaneci por 3 anos neste Órgão. Saí quando o governo José Sarnei, acabou com o salário educação para empresa, verba que sustentava este Centro.

Ao sair do CECAP, soube de uma vaga na área de Recursos Humanos, na Mesbla Lojas de Departamento S/A, me candidatei e fui aprovada para a função de Analista de Recursos Humanos Sênior, ministrava treinamentos, recrutava e selecionava candidatos para preenchimento do quadro de pessoal. Passei 4 anos na Mesbla, e só sai porque a empresa teve inicio na sua crise financeira. Lamentei profundamente ter saído desta empresa, adorava trabalhar lá.

Após ter saído da Mesbla, recebi um convite do SENAC- Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial, para participar de uma seleção. Chegando lá a psicóloga me ofereceu duas vagas para trabalhar, uma na Unidade Móveis e a outra na Gerencia de Relações Institucionais. Resolvi concorrer para as duas vagas, passei nas duas. Mas resolvi optar para a Gerencia de Relações Institucionais porque não havia necessidade de viajar com freqüência para o interior do Estado. Nesta Instituição permaneci até minha aposentadoria. Foram 16 anos de trabalho intenso, de projetos desenvolvidos, de participações em Feiras e principalmente de cursos de crescimento interior, atividade que a Diretora Marina Almeida investia na sensibilização, mudanças de comportamentos e motivação dos seus funcionários. A mim, estes cursos contribuíram muito para a busca do meu crescimento interior. E foi por esta razão que busquei minha aposentadoria, apesar de deixar grandes amigos e uma chefia muito dedicada e eficiente. O SENAC, foi uma empresa de grandes aprendizagens, de grandes desafios e grandes realizações. Deixei amigas sinceras que ao lado delas, a gente sabe que os anjos existem e que alguns não são invisíveis. Quando saí do SENAC recebi carinho, respeito e reconhecimento pela minha pequena contribuição nesses 16 anos que se passei prestando serviço na Instituição.

No dia da minha saída recebi dos colegas uma jóia de ouro cravada a palavra “Sorte” – meus colegas adivinharam que esta palavras vem sempre me acompanhando por toda minha vida, graças a um Poder Superior que guia os meus passos e me orienta qual o melhor caminho a seguir.

A vida nos coloca frente a frente com outras pessoas...


Dr. Elzio o 1º à esquerda e eu a 6ª da esquerda para a direita

Um dia, minha irmã mais velha, Socorro, chegou do trabalho à noite com uma notícia maravilhosa!!! Havia descoberto na Pça. da Sé, a Federação Espírita. Ela nos deu o endereço com a esperança de fazermos amigos, na capital baiana. Assim, foi feito! No dia seguinte, eu e minha irmã Raquel, fomos em busca da Federação Espírita. Chegando lá, encontramos na entrada do prédio um senhor com mais ou menos 55 anos, que nos recebeu com muito carinho, o famoso Dr. Elzio, como era conhecido por todos ali. Era um promotor da justiça, de uma cultura invejável, moral rígida e alma bondosa que nos acolheu como um pai. Começamos a freqüentar as reuniões espíritas, onde Dr. Elzio era o coordenador. De todas as minhas irmãs eu fui a mais assídua às reuniões, logo fiz amizades com todos e comecei a me sentir um pouco baiana apartir daquela época.
Eu era uma jovem de 22 anos, que estava chegando em uma cidade desconhecida e precisava trabalhar e continuar meus estudos. Dr. Elzio vendo minha dificuldade em pagar um cursinho para prestar o vestibular, me arranjou um emprego na Livraria da Federação Espírita, lá eu era uma espécie de administradora, cuidava de toda a administração dessa livraria, sob a coordenação dele.
Era o primeiro sinal de uma grande sintonia... Ao longo dos anos, desenvolvemos uma relação de mestre e discípulo. Aos poucos fui me sentindo protegida pelo círculo delicioso de amigos que tanta força davam a mim e meus irmãos.
Amigo! Como é gostoso quando podemos dizer essa palavra relacionada a uma pessoa que a gente realmente quer bem! E como são estranhas as formas de encontrá-los! Por essas e outras que acho engraçados e estranhos os caminhos escolhidos pela vida para nos colocar frente a frente com outras pessoas, às vezes das maneiras mais imprevisíveis... Dr. Elzio foi para mim um pai, um amigo, um protetor, um anjo. Toda vez que eu me afastava ou ameaçava desistir, ele me desafiava a ir um pouco mais além do que eu achava que podia. Com uma insistência serena e firme, ele me empurrava para a frente, me fazia continuar. Foram 8 anos que passei trabalhando ao seu lado, desde o dia em que apertei sua mão pela primeira vez.
Após ter me formado em Pedagogia, e ter conseguido meu primeiro emprego, exercendo minha profissão acadêmica, deixei a Federação Espírita, devido as inúmeras atividades que a nova profissão me exigia. No entanto, nunca esqueci os amigos que deixei lá, especialmente este homem excepcional: - Dr. Elzio!
Tudo que tenho hoje, material e espiritual, agradeço a este homem maravilhoso que me ajudou na minha formação acadêmica, na minha formação espiritual e moral.
Não seria quem sou hoje, se não fosse o carinho e a generosidade desse homem, sempre disponível, me amparando nas crises materiais e espirituais, me mostrando que os mistérios existem para serem desvendados, que o universo é nossa casa e que tudo se resolve com o perdão e com o amor.
O que posso mais dizer? Que carrego um pouco de Dr. Elzio comigo, assim como todos os que conviveram com ele, carregam também. Esse pouco de Dr. Elzio que há em mim é o que me leva a ousar e ajudar as pessoas que precisam de mim, buscando sempre a raiz dos meus conflitos internos e confiar no meu dom divino. Esta coragem que me leva a enfrentar os desafios contidos em cada dificuldade que encontro, vem da confiança interior que ele tinha e me transmitiu, de que tudo o que existe é energia, de que todos os seres estão interligados, de que todo o mal é resultado da ignorância e falta de consciência, de que tudo é Luz... Dr. Elzio, atuava no invisível com a mesma naturalidade com que apertava parafusos e trocava lâmpadas, no mundo material. Para ele, não havia porta que não pudesse abrir, resistência que não pudesse vencer, tendência que não pudesse corrigir. E, mesmo quando a coisa parecia insolúvel, ele não deixava de tentar.
Em 2007, ele disse adeus ao nosso mundo, e desde que eu recebi a notícia de seu desencarne, memórias de tudo o que vivemos juntos inundam minha mente e meu coração. Nenhuma delas é ruim. São todas boas, são todas belas, cheias de afetuoso respeito e silenciosa compreensão.

Entre lágrimas de tristeza pela saudade que ficou, e de alegria, pela certeza de que ele segue sua jornada vitorioso e feliz, agradeço a bênção de ter caminhado a seu lado, lamentando, sim, como todo ser humano lamenta, quando se vê separado de quem admira, não ter conversado mais para dizer mais claramente e com mais freqüência, o quanto ele é especial. Conforta saber, que onde quer que esteja, com a consciência ainda mais ampliada, ele pode ver e sentir que é muito amado por todos nós.

Obrigado por tudo meu grande amigo, Dr. Elzio!!!!

Minha vida é andar por este país...


1970, ano em que eu, a Graça menina, adolescente, começava a se transforma em uma mulher. Ano em que houve uma total modificação na minha vida. Deixava para trás as diversões, a vida de estudante de 2º grau, o carinho e zelo dos meus tios que me criaram, para enfrentar uma vida de adaptações, clima, sotaque, cultura e trabalho para manter meus estudos. Uma vida totalmente diferente da que eu levava em Belo Horizonte.

Devido a morte da minha mãe, em setembro de 1968, eu e meus irmãos ficamos emocionalmente abalados, e por isto, minha irmã mais velha sentia necessidade de mudar o cenário de nossas vidas. Foi então que meu tio, irmão mais novo da minha mãe, que tem nome de um guru indiano Ramakrishna Bagavan dos Santos, morando na Bahia, e que na época exercia cargos de grande importância na política baiana, resolveu trazer minhas duas irmãs mais velhas, Socorro e Rosário, para trabalharem em Salvador. Mais tarde, minhas irmãs preocupadas com os outros irmãos mais novos que tinham ficado em Belo Horizonte, convenceram meu pai a vir morar também na Bahia, com toda a família.

Em dezembro de 1969, chegávamos em Salvador/Bahia. Quando chegamos, tudo era estranho, nos sentíamos estranhas nesta cidade. Vínhamos de uma cidade relativamente nova, de arquitetura moderna, avenidas largas, praças floridas e clima frio, para outra que preservava viva a memória do Brasil Colônia, ruas de paralelepípedo, de igrejas seculares, do artesanato típico, da crença diversificada, de seu povo mestiço, dos mitos e ritos do folclore. Assim, nós nos sentíamos estrangeiros no nosso próprio país... Não conhecíamos ninguém, não conhecíamos a cidade, nos sentíamos sozinhos...

Era o início de uma nova fase.... eu chorava a grande saudade de Belo Horizonte, mas, tinha em mente um ideal, e todo ideal exige sacrifícios, e de todos, o maior era a ausência prolongada da cidade, das amigas, dos meus tios e primos. As vezes sentia uma saudade imensa em meu coração, às vezes fazendo-o bater descompassadamente a cada amiga lembrada!

Mas os amigos tão queridos seguiram comigo pelas minhas trilhas, onde buscava meu eu mais profundo. Claro que carrego-os todos até hoje, dentro do meu coração. E assim, segui por aqui, em busca de mim mesma...

sábado, 17 de maio de 2008

A amizade é um investimento sábio

Falando ainda da minha juventude, recordo das inúmeras amigas que deixei em Belo Horizonte.

Me lembro que na casa da Rua Ibiá, no bairro Santo André, fizemos amizades maravilhosas que aos poucos foram se transformando em uma verdadeira família, como a Gilka, Eliana e Beth.

Lembro que quando a Vera ficou noiva, fizemos uma festa surpresa de chá de cozinha para ela. Preparamos tudo com muito carinho e escondido dela. Cada uma de nós se caracterizou de um personagem famoso que iria prestigiar o chá: eu de Charles Chaplin, Raquel de miss Brasil (da época), Socorro de Aristóteles Onasis, Rosa de Jaqueline Onasis, e tantos outros personagens que já não me lembro mais dos nomes. No dia do chá, como era surpresa para a noiva, nós nos trancamos na casa da Gilka esperando a noiva, mas para nossa surpresa quem fez a surpresa foi a noiva, que veio caracterizada de noiva ao lado do seu cunhado que fazia o papel do noivo. Nesta hora, ninguém se conteve de tanto rir, dávamos gargalhadas... A Vera (noiva), falava e se divertia com os trejeitos de uma noiva caipira. Esta festa ficou em nossa mente, e até hoje relembramos com saudades daquele dia.
Tudo era motivo de brincadeira e divertimento, no São João brincávamos na rua pulando fogueira e no Carnaval, dançávamos na Paróquia do bairro Carlos Prates, festa que o padre dessa paróquia fazia para os jovens da comunidade. Também tinha a Magda, nossa vizinha próxima, que fazíamos as “horas dançantes” na casa dela, e dançávamos ao som de Roberto Carlos, sob o olhar de sua mãe. No entanto, o que mais nos marcou foi o carinho e a solidariedade que essas amigas do coração demonstraram quando minha mãe faleceu. Todas ficaram ao nosso lado. A Vera e seu noivo (na época) Moacir, que era médico, foram de total abnegação com todas nós. Moacir assinou o atestado de óbito, pois, minha mãe faleceu de enfarto no trajeto de casa para o hospital e precisava de um médico que lhe atestasse a causa da morte. Todos os dias, Vera, Eliana, Beth, Gilka, Magda e tantos outros, passavam por nossa casa, para nos consolar e nos dar apoio. A elas, o nosso muito obrigado e nossa eterna gratidão.

Na Rua Turfa, no bairro do Prado, onde eu morava com minha tia Rosália, passei bons tempos. Meu primo Rama, gostava muito de festas e eu aproveitava para ir aos bailes com ele. Minha tia, sempre me chamava para ir com ela fazer compras nas lojas chics de Belo Horizonte, ela era muito elegante. Também, fazíamos parte da Juventude Espírita no Centro Célia Xavier. Lá conhecemos jovens maravilhosos, como o Zé Roberto, Odilon, Aroldo, a Lindamir e outros. Fazíamos a Campanha do Quilo, onde íamos de porta em porta, pedir alimentos para os pobres, era muito divertido e gratificante.

sexta-feira, 2 de maio de 2008



Jovem Guarda


Ser adolescente é viver entre o “ser e não ser”. Adolescência é uma das etapas do desenvolvimento humano que é caracterizada por alterações físicas, psíquicas e sociais. Ser adolescente é muito bom, e eu soube aproveitar essa fase muito bem. Curti a vida com responsabilidade, nunca deixei os estudo de lado. Aquela época era chamada de “Anos Dourados” e os jovens eram rotulados como “Jovem Guarda”, devido ao movimento musical de Roberto Carlos. Jovem Guarda foi um movimento surgido na segunda metade da década de 60, que mesclava música, comportamento e moda. Surgiu com um programa televisivo brasileiro exibido pela Rede Record, a partir de 1965. Os integrantes do movimento foram influenciados pelo Beat-Rock da década de 60, principalmente pelos Beatles. Com isso, faziam uma variação nacional do rock sessentista, batizada no país de "Iê-Iê-Iê"(expressão surgida em 1964, quando os Beatles lançaram o filme "A Hard Days Nigth", batizado no Brasil de "Os Reis do Iê-Iê-Iê"), com letras românticas e descontraídas, voltada para o público jovem. A maioria de seus participantes teve como inspiração o rock da década de 60, comandado por bandas como Beatles e Rolling Stones. A expressão Jovem Guarda começou a ser usada com a estréia do programa de auditório que tinha esse nome, na TV Record, em 1965. Foi tirada de um discurso de Marx, onde dizia "O futuro está nas mãos da Jovem Guarda". Foi comandado por Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa que apresentavam ao público os principais artistas ligados ao movimento. O programa tornou-se popular e impulsionou o lançamento de roupas e acessórios. O movimento foi impulsionado pelo público jovem, porém agradando pessoas de todas as idades.

Nesta época a moda jovem era a missaia de Mary Quant, a linha espacial de Courrèges, a geométrica de Cardin e Saint-Laurent. O uniforme da juventude: calça jeans, camiseta branca com grafismos, camisa Lacoste vermelha, macacão, sandália de couro, tênis Conga. Linha clássica: estilo diretório, blusa cacharel, saia kilt, terno com túnica, tailleur Chanel, palazzo-pijama, caftã. Vestidos de baile volumosos ou curtos, muitas vezes em algodão estampado. Acessórios: óculos grandes, botas de vinilcom cano longo, bolsas pequenas e moles ou carteiras, jóias com ouro e turquesa. Beleza: cabelo curto, franja e nuca desfiada, batom e unhas brancas, olhos contornados de preto e cílios postiços imensos. Tecidos e cores: sintéticos, como tergal, veludo cotelê, xantungue, organza, malhas; branca,prata, rosa-shocking, turquesa, laranja e limão; estampas em preto e branco, estilo op-art, e coloridissimas, estilo psicodélico.


Anos dourados

Também existiam as festinhas que em BH, chamávamos de “hora dançante”. Era baile geralmente realizado nas tardes de domingo ao som do twist, rock e músicas da Jovem Guarda. Quase todos os domingos à tarde, tinha sempre uma hora dançante para ir. Eu adorava!!! Havia, no entanto, a proibição de meu pai, ele achava que eu e minhas irmãs mais novas, não tínhamos idade para estar em festas. Mas minha mãe sempre nos ajudava, conversando com meu pai, convencendo-o de que antes das 23:00hs estaríamos em casa. E era assim mesmo, hora marcada pelo meu pai tinha que ser cumprida!
Nestas festinhas, os rapazes disputavam a hora de dançar comigo, mas, eu não queria nada de muito sério com eles, apenas queria dançar e me divertir.
Meu primeiro namorado chamava-se Rand, eu tinha 15 e ele 19 anos. Meu primo Rama me apresentou ele, seu amigo, e logo ficamos amigos. O tempo foi passando e eu fui pegando mais amizade com ele, conversávamos sempre, ele era super legal.
Um dia ele me disse que estava apaixonado por mim, falou que não conseguia parar de pensar em mim, e mais aqueles papos de garotos quando estão afim... Na hora nem liguei, falei que iria pensar... ele falou tudo bem, e resolveu ir embora, na hora de dar um beijo no meu rosto, ele me deu um selinho (como falam os jovens hoje), na hora eu tremia demais, não sabia o que fazer. Ele foi embora para a casa dele e eu fiquei com aquilo na minha cabeça. Poucos dias depois ele me perguntou se eu havia pensado sobre nós dois e eu respondi que sim. Namoramos durante um ano, aquele namoro inocente onde só pegava na mão e o beijo era sempre roubado. Minha família gostava muito dele e até falávamos de casamento, mas tudo não passou do 1 º namorado. Depois de um ano, eu terminei com ele.
Bom, a minha historia deve ser como de muitas garotas daquela época, mas como o primeiro namorado a gente nunca esquece, eu não poderia deixar de registrar este fato no meu Blog.

Viver das memórias, de um tempo antigo e que me faz feliz





Em Belo Horizonte, durante o meu tempo colegial, eu e algumas colegas inseparáveis, aprontávamos. Nessa época, anos 60, estava na moda as minis- saias, mas, como o uniforme do Colégio “O Precursor” tinha que ser abaixo dos joelhos, nós esperávamos sair do colégio para enrolar a saia na cintura até ficar mini, e com chiclete na boca saíamos passeando na Av. Afonso Pena, a avenida mais famosa da época, onde havia uma concentração muito grande de rapazes bonitos, que ficavam paquerando as garotas.

Outra brincadeira que fazíamos, era paquerar "virtualmente" os colegas mais velhos que estudavam no mesmo colégio, na turma da noite. Como naquela época não existia computador, as alunas da turma da manhã descobriram que se deixassem bilhetinhos debaixo das carteiras de aula, os colegas da turma da noite, que sentassem nelas, iriam ler os bilhetinhos deixados lá. E deu certo! A gente podia namorar “virtualmente”, os colegas do curso da noite. Era muito divertido, pois, ficávamos ansiosas para chegar o outro dia e encontrar as respostas dos nossos bilhetes. Mas, a brincadeira durou pouco tempo, porque alguém comunicou à Diretora e ela baixou uma norma proibindo esta forma de comunicação com os rapazes da noite.